As conversas mais profundas ainda são feitas na pausa do barulho das xícaras de capuccino, no fim da noite. Nesses dias frios o tilintar da louça se confunde com o bater dos dentes e reclamamos juntas do inverno que daqui a pouco chega. Sabemos que o mesmo Criador das estações soprou vida nas nossas narinas, mas com o ar gelado fica ruim respirar e nossos pés custam a esquentar. Então a gente assiste a qualquer coisa na TV, debaixo do edredom para ver se o frio passa e por algum motivo eu me lembro da primeira vez que a perdi no shopping e fui me pendurar na bolsa de outra mãe, que olhou para baixo e viu dois olhos de menina se encher de água por perder de vista quem estava por perto há tão pouco tempo. O tempo passou e eu tive que conter as lágrimas por ficar longe da vista, dos cuidados, das conversas, dos barulhos de louça e do silêncio que deixa a gente se entender sem desconforto. Mas não há conforto maior do que saber que não preciso estar perto dela para sentir todo o amor, que nem sempre preciso falar para ser entendida ou chorar para ser consolada. Porque há algo no amor de mãe, que conhece a gente do avesso. Há algo constrangedor no olhar de mãe, que enxerga a gente por dentro. E há algo nas mães que faz a gente esquecer que cresceu e pedir colo, mesmo sem quase caber nele. Mas a gente cabe, sempre cabe. Sorte nossa.





Acessado pela Mídia G.P.- 13 DE MAIO DE 2012

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